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sábado, 31 de maio de 2014

Portugal - dia 4 - Lisboa: Alfama, Belém e Fado

Nosso quarto e último dia em Lisboa começou nas ladeiras de Alfama, um dos bairros mais antigos da cidade. Como no dia anterior já havíamos conhecido algumas das atrações previstas para este dia, nossa intenção foi conhecermos o bairro andando despretensiosamente pelas suas ruas. 


O primeiro ponto turístico avistado foi a igreja de Santa Engrácia, designada Panteão Nacional, título  compartilhado com o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra.


Em frente ao Panteão, os casarões coloridos dão ao local um charme todo especial.


Logo atrás da Igreja de Santa Engrácia acontece a feira da Ladra, que toma conta do entorno, todas as terças-feiras e sábados do nascer ao pôr-do-sol. Confesso que esperava outra coisa quando cheguei ali. A feira é composta basicamente de antiguidades - eu arrisco em dizer inutilidades antigas, em sua maioria - expostas no chão, sem nenhum glamour ou organização. Na minha opinião, a visita só vale a pena se coincidir com o dia em que estiver visitando Alfama e se realmente for caminho para outras atrações desejadas. 



Continuamos nossas andanças pelo bairro, onde passamos por ruas estreitas, casarões antigos, roupas nas janelas, lojinhas de lembranças diversas e casas de Fado ... Tínhamos a intenção de terminar a noite em uma casa de Fado e, nas pesquisas da internet vimos boas referências de 2 estabelecimentos: Sr Fado que fica em Alfama e Tasca do Chico na região do Bairro Alto. Mesmo sem saber o endereço, quando nos demos conta, estávamos em frente ao Sr. Fado. Até pensamos em deixar reservado para voltarmos a noite, mas o estabelecimento estava fechado e o número do telefone ali exposto não atendia. 


Passamos pelos museus Militar e de Artes Decorativas, mas não nos animamos em entrar. Pegamos o metrô novamente, rumo a praça dos restauradores pois queríamos conhecer o último ponto turística na região do Baixa/Chiado, a Praça da Figueira. Ali conhecemos o Mercado da Praça da Figueira, onde compramos algumas especialidades de Portugal, entre elas a Geléia de Tomate e a famosa Sardinha Portuguesa.




O almoço estava próximo, e conforme nosso roteiro, a tarde iríamos para Belém ... Fomos caminhando pelas ruas em busca de um restaurante e quando nos demos conta estávamos em plena praça do comércio, onde pegaríamos o Elétrico para Belém, e ainda não tínhamos encontrado um restaurante. Resultado: fomos para Belém ...

Chegando em Belém, a fome estava apertando e passando em frente a famosa Fábrica de Pastéis de Belém, avistamos um Mc Donalds, então resolvemos entrar e pela primeira vez na viagem comemos num fast food. É claro que o sanduiche que pedi foi um Mc Prego - mais português impossível - mas era horrível, argh!


De sobremesa, fomos correndo na Fábrica de Pastéis de Belém, onde degustamos os verdadeiros e únicos pastéis de belém da face da terra - como eles dizem - o resto é no máximo, pastel de nata, Pastel de Belém é só em Belém.

Dica: Em frente a Fábrica de Pastéis de Belém forma-se uma fila gigantesca para compra dos famosos pastéis de Belém. O que as pessoas não devem saber é que para degustá-los no café não é necessário aguardar nesta fila. É só entrar pelo lado e percorrer os diversos salões até encontrar uma mesa para sentar. E pode acreditar, apesar de ter muitas pessoas interessadas, com certeza irá encontrar um lugar pois o local é simplesmente gigantesco.


Ali também é possível ver os pastéis sendo preparados através de uma vitrine de vidro e após degustá-los, o próprio garçom oferece Pastéis de Belém para viagem, ou seja, além de polpar a fila, degustá-los confortavelmente, ainda existe a opção de levá-los para a semana ou de presente para a família se o retorno de viagem estiver próximo. Os pastéis para viagem duram no máximo 5 dias, mas provavelmente não devem ficar tão bons como aqueles, servidos quentinhos com café no local.


Após toda essa comilança, fomos conhecer o Mosteiro dos Jerônimos. O Mosteiro dos Jerônimos foi encomendado pelo rei D. Manuel I, pouco depois de Vasco ter regressado de sua viagem à Índia e foi financiado em grande parte pelos lucros do comércio de especiarias.

Deriva o nome de ter sido entregue à Ordem de São Jerônimo, nele estabelecida até 1834. Resistiu ao terremoto de 1755, mas foi danificado pelas tropas invasoras francesas enviadas por Napoleão Bonaparte no início do século XIX.


Além dos túmulos de vários reis de Portugal e suas esposas, é lá que encontram-se sepultados Vasco da Gama, Luiz Vaz de Camões, Alexandre Herculano e o poeta, filósofo e escritor Fernando Pessoa, que é considerado o mais universal poeta português.


Ali em seu túmulo, alguns poemas de seus heterônimos - Roberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Esses codinomes eram comumente utilizados por Pessoa para expressar ou ocultar seu verdadeiro eu, o que o tornava enigmático ao extremo.



Algumas crianças estudando na prática os descobrimentos através de uma espécie de jogo de tabuleiro com o mapa-mundi como pano de fundo.  


O ponto alto da visita foi relembrar/conhecer um pouco mais da história do Brasil, inserida no contexto da história de Portugal. 


É ali no Mosteiro dos Jerônimos que estava acontecendo também a exposição Um Lugar no Tempo. Essa exposição apresenta uma cronologia comparada da História do Mosteiro, de Portugal e do Mundo.  Foi muito interessante navegarmos pelos séculos conhecendo as realizações de Portugal diante aos grandes acontecimentos no mundo. Nunca vi algo parecido aqui no Brasil.


Seguindo o roteiro, a próxima atração de Belém é o Monumento dos Descobrimentos, popularmente conhecido como Monumento aos Navegadores ou Padrão dos Descobrimentos. Em posição destacada de frente para o Rio Tejo, o monumento foi erguido para homenagear os elementos envolvidos no processo dos descobrimentos portugueses. Originalmente foi encomendado para a Exposição do Mundo Português em 1940 e desmontado em 1958. O atual é uma réplica, inaugurada em 1960 para as comemorações dos quinhentos anos de morte do Infante D. Henrique, o navegador.

Em frente ao monumento, uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI. Na ocasião, o desenho estava em manutenção, acredito que sendo restaurado.


Também é possível subir até o topo do monumento, onde se tem uma vista panorâmica de Belém ... Mas como estava ventando muito, nem tentamos descobrir como funcionava o acesso.

Seguindo pela beira do rio em direção a Torre de Belém nos deparamos com uma marina, onde não é possível atravessar, sendo necessário um pequeno desvio de percurso.


Enfim chegamos a bela Torre de Belém, um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa, construído para integrar o plano ofensivo do Rio Tejo, destaca-se pelo nacionalismo implícito, visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de Armas de Portugal, incluindo inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas janelas de baluarte. 


A visita interna é interessante e o ingresso pode ser adquirido em conjunto com o acesso ao Mosteiro dos Jerônimos. 

Voltamos de elétrico até a praça do comércio e de lá fomos pegar o metrô para o hotel na estação Baixa/Chiado. Numa das ruas de acesso a estação, a enigmática frase que me chamou a atenção desde o primeiro dia na cidade: "Já estou melhor obrigada". Seria uma pessoa de saúde recuperada que, cansada de tantos questionamentos sobre sua saúde, eternizou sua resposta em azulejos? :)  Muito bom. 


Voltamos ao hotel para descansar e nos prepararmos para a noite de fado na Tasca do Chico. Ligamos do próprio hotel para o estabelecimento e fizemos a reserva, que é imprescindível, pois a casa é super pequena. 


Nossa reserva estava para às 8:30, sendo que o Show de Fado iniciaria às 9:30 da noite. Chegamos no horário, a casa ainda estava vazia, mas praticamente todas as mesas com reservas. A casa possui por volta de 12 mesas de no máximo 8 lugares cada, dispostas em 2 ambientes, sendo que na passagem dos ambientes para o bar, ficam os cantores de fado ... Um lugar super aconchegante apesar de pequeno e simples.


Nas paredes, fotos de várias pessoas que estiveram no local, dentre os brasileiros, destaque para o ator Cauã Reymond e a cantora Ana Carolina, fotos acima de nossa mesa.



Dividimos a mesa com 2 casais franceses super simpáticos que também estavam percorrendo Portugal, mas de Porto a Lisboa. A nossa mesa era a mais bem localizada e como chegamos primeiro, ficamos bem de frente para o bar e para os fadistas. 

As 9:30 em ponto o show começou ... Um senhor que deve ser o anfitrião de todas as noites, deu uma explicação inicial sobre a dinâmica da apresentação e, após apagar as luzes, iniciou a "cantoria". Foram cantadas por volta de 5 músicas por apresentação, que aconteciam com as luzes principais da casa apagadas e com um pedido enfático de silêncio ao público ali presente. A cada apresentação, um intervalo de por volta de 20 minutos, onde era possível fazer pedidos de pratos e bebidas e é claro, conversar, ;)


Assistimos 6 diferentes apresentações de fadistas que estavam ali para se divertir e divulgar seu trabalho, alguns delem inclusive vendiam seus cds e autografavam ali mesmo, após a apresentação. Muito legal! E o mais incrível de tudo, é que o show não tem nenhum custo. Você paga apenas pela comida e bebida consumidas.

Principais gastos do dia - 2 pessoas:

Hotel - HF Urban - 87.00 Euros
Metrô - 10.00 Euros
Almoço Mc Donalds Belém - 9.30 Euros
Lanchinho na Fábrica de Pastéis de Belém - 6.15 Euros
Entrada para Mosteiro dos Jerônimos e Torre de Belém - 20.00 Euros
Jantar na Tasca do Chico - 32.00 Euros

Total do dia 164.45 Euros

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Portugal - dia 3 - Sintra: Castelo dos Mouros, Palácio da Pena e Quinta da Regaleira

É segunda-feira e estou de férias, uhuuu!!! Sintra é o que temos pra hoje.

Começamos nossa maratona na Estação do Rossio, onde compramos as passagens de ida e volta para Sintra. Nossa intenção era conhecer o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, tomar um café na Piriquita que fica no centrinho de Sintra e se sobrasse tempo iríamos até a Quinta da Regaleira, local super recomendado em vários sites de viagem pesquisados pela internet.

Em menos de 1 hora estávamos na estação de Sintra e fomos seguindo o fluxo de turistas acreditando que logo "tropeçaríamos" em nossas atrações do dia. Engano total nosso. Mais de 1 km depois, caminhando por uma rua arborizada e sinuosa, chegamos ao centrinho histórico de Sintra. Ali percebemos que precisaríamos de mais algum transporte para chegarmos nas atrações ... Na foto abaixo dá pra ter uma ideia da distância de nossa primeira atração - Castelo dos Mouros - que estava ali, logo acima dos casarões, rs 


No centrinho de Sintra encontra-se o Palácio Nacional de Sintra. Como não tínhamos nos aprofundado nas pesquisas sobre esta atração, não nos animamos em conhecê-lo por dentro.

Enfim, compramos bilhetes do circuito turístico CitySightseeng Sintra, no sistema Hop on Hop off, válido por 24 horas após a primeira utilização. E lá fomos nós para o Castelo dos Mouros. 


Apesar de ventar horrores, a vista do lugar é de perder o fôlego e estende-se até o Oceano Atlântico.



A caminhada não é simples, requer o mínimo de preparo físico para subir as extensas escadas rentes as muralhas. 


Na foto abaixo, eu não estava nem na metade do caminho e já estava pedindo água. Ao fundo o palácio da Pena, que também fica em cima de um morro.



Eu, cansada, com frio, mas satisfeita por ter alcançado o ponto mais alto das muralhas. Ao fundo, lá em baixo, a base do Castelo.


Saímos do Castelo dos Mouros passava do meio-dia, então pegamos o ônibus para a próxima atração, o Palácio da Pena. Antes de iniciarmos o passeio, fizemos um almoço/lanche numa espécie de lanchonete que ficava na entrada do Palácio. Uma outra opção seria retornar ao centro de Sintra e encontrar algum restaurante, mas achamos que perderíamos muito tempo com deslocamento e preferimos não arriscar.



E eu que achei que o palácio estava próximo, mais um engano meu, hehehehe. Mesmo estando dentro do complexo da Pena, tivemos que comprar outro transporte, agora um micro-ônibus para subir até o Palácio e ainda bem que o fizemos, pois a ladeira era extremamente ingrime e o caminho não era dos mais curtos.


Eis o Palácio da Pena, uma das principais expressões do romantismo arquitetônico do século XIX no mundo. Eleita uma das 7 maravilhas de Portugal, quando aberto para visitação em 2013, foi  o monumento mais visitado de Portugal.




A vista lá de cima é linda e o castelo muito bem conservado ...





Voltamos para o centro turístico da cidade e conhecemos a famosa Piriquita, uma super bem recomendada Cafeteria que oferece delícias, entre elas a Queijadinha e o Travesseiro, uma espécie de folhado recheado com doce de ovos e amêndoas. Até o motorista do ônibus, um Português muito comunicativo que nos contou a história de sua vida e o quanto a crise no país mudou seu futuro, nos recomendou os Travesseiros da Piriquita. Não tivemos como resistir, ;)


Depois do merecido descanso com gostosuras, decidimos manter nosso roteiro e caminhar até a Quinta da Regaleira. A Quinta da Regaleira foi a única atração do dia que não precisava de mais transporte. Foram 5 minutos a pé do centro histórico. Já estávamos cansados, mas posso dizer que valeu muito a pena. Foi o lugar mais surreal que visitei durante a viagem. Ótima experiência.


O Palácio da Regaleira é rodeado de luxuriantes jardins, lagos, grutas e construções enigmáticas, lugares estes que ocultam significados alquímicos, como os evocados pela Maçonaria, Templários e Rosa-Cruz. Enfim, um lugar extremamente mistico.



O lugar mais impactante e enigmático  é o poço iniciático, fotos abaixo. É uma galeria subterrânea com uma escada em espiral, sustentada por colunas esculpidas, por onde se desce até o fundo do poço. A escadaria é constituída por 9 patamares separados por lances de 15 degraus cada um, invocando referências à Divina Comédia de Dante e que podem representar os 9 círculos do inferno, do paraíso ou do purgatório. No fundo do poço está embutida em mármore uma rosa dos ventos sobre uma cruz templária ... Ui ui ui, mesmo sem saber disso tudo já achei o lugar assustador, ainda bem que não li isso antes de ir. 


Na medida que você vai descendo, a umidade aumenta e o ambiente se torna mais sombrio, ainda mais que o final da tarde se aproximava. Estava com uma leve sensação de insegurança, medo, angustia, e sei lá o que mais, cheguei a comentar que estava com a impressão de estar num filme de terror...


Lá embaixo existem alguns túneis que dão para o lago, conforme fotos abaixo:




Enfim, o lugar é incrível, apesar de assustador. Também visitamos o interior do Palácio, muito bonito por sinal.


Voltamos para Lisboa, o Fe foi para o hotel descansar e eu - não sei de onde - ainda tive forças para caminhar até uma rua movimentada com galerias e várias lojas interessantes, que fica a 4 quadras do hotel.

Para o jantar, voltamos a Baixa/Chiado, e voltamos ao Armazém do Chiado onde repetimos o prato do almoço do dia anterior, no Portugália Balcão. 


Depois de tantas andanças, um jantar reforçado e saboroso como esse caiu super bem.

Principais gastos do dia - 2 pessoas:

Hotel - HF Urban - 87.00 Euros
Metrô - 5.00 Euros
Trem para Sintra ida e volta - 12.00 Euros
Ônibus locomoção em Sintra - 10.00 Euros
Entrada para Castelo dos Mouros e Palácio da Pena - 36.00 Euros
Transporte Palácio da Pena - 6.00 Euros
Almoço Lanchinho na lanchonete do Palácio da Pena - 10.00 Euros
Lanchinho Típico na Piriquita - 6.00 Euros
Entrada para Quinta da Regaleira - 12.00 Euros
Jantar no restaurante Portugália - 15.50 Euros

Total do dia 199,50 euros

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