Um pouco mais de um mês após o nascimento do Felipe escrevi um post relatando meu parto (Maternidade - Felipe chegou - relato do meu parto). Finalizei o relato no momento do nascimento do Felipe pois não me sentia confortável naquela ocasião para escrever sobre o que aconteceu comigo nas primeiras horas de vida do meu filho, logo após o instante mais especial e transformador da minha vida.
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Por procedimento do hospital, após liberação da GO fui levada para uma sala de recuperação enquanto o Fe acompanhou o Felipe até o berçário.
Na recuperação fiquei um pouco mais de uma hora, inclusive em companhia de outras 2 mulheres que também haviam acabado de parir. Lembro-me das conversas sobre os bebês e que eu era a única descabelada e sem maquiagem ...
Apesar do cansaço e uma pequena fraqueza devido à quantidade de horas sem comer, eu estava me sentindo muito bem e super ansiosa para reencontrar meu filho, esposo e familiares que já estavam me esperando lá fora. Lembro também de uma vontade louca de tomar um banho e de estar com muita sede (cheguei a pedir um copo de água que foi me negado).
Ao ser transferida de maca, para enfim ser encaminhada ao quarto, percebi que havia algo errado ... A maca estava repleta de sangue! Cheguei a questionar a enfermeira que estava me auxiliando e a mesma disse que era normal, eram os resquícios do parto.
Cheguei ao quarto junto com o Felipe. Fe, meu pai e minha mãe já estavam a nossa espera. Quando me transferiram da maca para a cama, mais uma poça de sangue e novamente a alegação que tudo estava dentro do esperado. Ainda um pouco desajeitada amamentei meu bebê e novamente questionei as enfermeiras sobre a possibilidade de tomar um banho e me alimentar. Não me permitiram, afirmando que eu deveria aguardar mais um tempo por causa da anestesia.
Em pouco tempo, a cama também se transformou em um mar de sangue chegando a escorrer pelo chão.
Após acionar as enfermeiras por mais 2 vezes e entrar em contato com minha médica por meio de mensagem de texto (ela havia saído do hospital logo após me liberar no parto) me levaram novamente para o CO onde fui examinada pelo médico de plantão naquela mesma sala onde fiquei durante a recuperação!
Médicos, enfermeiros e mulheres em recuperação entravam e saíam e foi ali naquela sala que fiquei, acredito, por volta de duas horas. Controlaram o sangramento, fizeram exames e aí sim constataram que eu havia perdido muito sangue! Um rapaz, não sei ao certo se era enfermeiro ou médico, chegou a dizer que seria inevitável uma transfusão.
Passado um bom tempo, me informaram que eu não voltaria ao quarto, passaria a noite em observação no CO. Imagina meu desespero sem poder me comunicar com meu marido e saber do meu bebê. Levaram-me para uma sala, no CO mesmo, onde eu passaria a noite toda!
De tanto insistir, deixaram o Fe e o Felipe ficarem alguns minutos ali comigo, quando pude amamentar meu filho mais uma vez.
Passei a noite ali, sozinha, monitorada por aparelhos ... Devido a perda de sangue, minha pulsação / batimentos cardíacos estavam irregulares, o que fazia com que a monitor acionasse um alarme de tempos em tempos. O Fe passou a noite no quarto e nosso bebê teve que passar sua primeira noite no berçário, todos separados.
Chorei, tive medo, fome, sede, não me deixaram tomar banho, não dormi nada! As horas não passavam ... Passei a noite ouvindo um chorinho de bebê, que vinha do berçário - provavelmente meu filho amado.
Um pouco depois das 7 da manhã, minha médica entra na sala e me resgata daquela situação! Me diz estar perplexa com os procedimentos adotados, ou seja, não era necessário eu ter ficado ali abandonada naquela sala, me informa que não seria necessário a transfusão e me encaminharam ao quarto, onde reencontrei meu lindo bebe, marido e meus pais.
E assim nossa história "recomeçou"...
E assim nossa história "recomeçou"...