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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Maternidade - Felipe chegou - primeiras 12 horas

Um pouco mais de um mês após o nascimento do Felipe escrevi um post relatando meu parto (Maternidade - Felipe chegou - relato do meu parto). Finalizei o relato no momento do nascimento do Felipe pois não me sentia confortável naquela ocasião para escrever sobre o que aconteceu comigo nas primeiras horas de vida do meu filho, logo após o instante mais especial e transformador da minha vida. 

...

Por procedimento do hospital, após liberação da GO fui levada para uma sala de recuperação enquanto o Fe acompanhou o Felipe até o berçário. 

Na recuperação fiquei um pouco mais de uma hora, inclusive em companhia de outras 2 mulheres que também haviam acabado de parir. Lembro-me das conversas sobre os bebês e que eu era a única descabelada e sem maquiagem ...

Apesar do cansaço e uma pequena fraqueza devido à quantidade de horas sem comer, eu estava me sentindo muito bem e super ansiosa para reencontrar meu filho, esposo e familiares que já estavam me esperando lá fora. Lembro também de uma vontade louca de tomar um banho e de estar com muita sede (cheguei a pedir um copo de água que foi me negado).

Ao ser transferida de maca, para enfim ser encaminhada ao quarto, percebi que havia algo errado ... A maca estava repleta de sangue! Cheguei a questionar a enfermeira que estava me auxiliando e a mesma disse que era normal, eram os resquícios do parto.

Cheguei ao quarto junto com o Felipe. Fe, meu pai e minha mãe já estavam a nossa espera. Quando me transferiram da maca para a cama, mais uma poça de sangue e novamente a alegação que tudo estava dentro do esperado. Ainda um pouco desajeitada amamentei meu bebê e novamente questionei as enfermeiras sobre a possibilidade de tomar um banho e me alimentar. Não me permitiram, afirmando que eu deveria aguardar mais um tempo por causa da anestesia.  

Em pouco tempo, a cama também se transformou em um mar de sangue chegando a escorrer pelo chão. 

Após acionar as enfermeiras por mais 2 vezes e entrar em contato com minha médica por meio de mensagem de texto (ela havia saído do hospital logo após me liberar no parto) me levaram novamente para o CO onde fui examinada pelo médico de plantão naquela mesma sala onde fiquei durante a recuperação! 

Médicos, enfermeiros e mulheres em recuperação entravam e saíam e foi ali naquela sala que fiquei, acredito, por volta de duas horas. Controlaram o sangramento, fizeram exames e aí sim constataram que eu havia perdido muito sangue! Um rapaz, não sei ao certo se era enfermeiro ou médico, chegou a dizer que seria inevitável uma transfusão.

Passado um bom tempo, me informaram que eu não voltaria ao quarto, passaria a noite em observação no CO. Imagina meu desespero sem poder me comunicar com meu marido e saber do meu bebê. Levaram-me para uma sala, no CO mesmo, onde eu passaria a noite toda! 

De tanto insistir, deixaram o Fe e o Felipe ficarem alguns minutos ali comigo, quando pude amamentar meu filho mais uma vez. 

Passei a noite ali, sozinha, monitorada por aparelhos ... Devido a perda de sangue, minha pulsação / batimentos cardíacos estavam irregulares, o que fazia com que a monitor acionasse um alarme de tempos em tempos. O Fe passou a noite no quarto e nosso bebê teve que passar sua primeira noite no berçário, todos separados. 

Chorei, tive medo, fome, sede, não me deixaram tomar banho, não dormi nada! As horas não passavam ... Passei a noite ouvindo um chorinho de bebê, que vinha do berçário - provavelmente meu filho amado.

Um pouco depois das 7 da manhã, minha médica entra na sala e me resgata daquela situação! Me diz estar perplexa com os procedimentos adotados, ou seja, não era necessário eu ter ficado ali abandonada naquela sala, me informa que não seria necessário a transfusão e me encaminharam ao quarto, onde reencontrei meu lindo bebe, marido e meus pais.

E assim nossa história "recomeçou"...

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Maternidade - Quinto Mês - Evolução

Nem vi passar o quinto mês de nosso pequeno ! O período ficou marcado por 2 acontecimentos: uma infecção por bactéria e o Fe em casa conosco por volta de duas semanas.


Havia comentado que Felipe tem uma saúde de dar inveja, pois bem, acabamos de enfrentar uma infecção por bactéria das vias aéreas superiores que derrubou nosso pequeno ... Foram dias de total apreensão, mas graças à Deus e depois de alguns medicamentos, Felipe está 100% novamente. 

Era uma sexta-feira, Felipe acordou com uma secreção densa e amarelada no olho esquerdo. Fiz a limpeza e passei o dia monitorando. Como o quadro se manteve e Felipe apresentava uma certa irritabilidade ao esfregar o olho, liguei para o pediatra que, por meio do meu relato - no dia anterior estivemos em contato com várias pessoas, suspeitou de uma possível Conjuntivite. Me orientou a lavar muito bem a região com água corrente e aguardar até o dia seguinte para avaliar uma possível evolução do quadro.

No sábado, além dos sintomas já apresentados, Felipe acordou febril. Entramos com medicação para controlar a febre e mais uma vez contatamos o médico pedindo orientação. Desta vez ele nos orientou a continuar com a medicação para febre mas a continuar aguardardando a evolução do quadro. Também nos informou sobre seu plantão no Hospital Pequeno Príncipe no dia seguinte e abriu a possibilidade de levarmos o Felipe até ele.

Confesso que ficamos receosos em tirar o Felipe de casa e levá-lo ao pronto-socorro, sob o risco de entrar em contato com outras doenças ... Mas assim o fizemos.

Foi a primeira vez que entramos no PP.  passamos pela triagem, quando pedimos para sermos atendidos pelo pediatra do Felipe e após um pouco mais de uma hora de espera, fomos atendidos. O pedi diagnosticou uma infecção por bactéria das vias aéreas superiores e receitou antibiótico e um colírio. 

Enfim, seguimos à risca o tratamento prescrito e por volta de 4 dias após o início, Felipe estava melhor, não fosse por uma diarreia que o "atacou". 

Liguei novamente para o médico que receitou probióticos para restaurar a flora intestinal do bebê afetada devido ao uso de antibiótico. 5 dias após a ingestão do probiótico e tratamento de um início de assadura, Felipe ficou 100%.

Foram dias de apreensão, rotina quebrada, sono irregular e um sentimento de total impotência diante da situação. 

Num momento em que eu estava quase surtando, tive a sorte de poder contar com o Fe, que ficou por volta de 2 semanas conosco. Neste período o Felipe já estava melhorando, mas era eu quem estava precisando muito de descanso.



Foi um período muito gostoso, onde o Fe pôde curtir uma fase bem mais interativa do Felipe.

sábado, 3 de outubro de 2015

Maternidade - sobre o Bebê e o Tempo II

Dia desses, li uma reportagem antiga, de 2013, da revista Crescer, sobre uma pesquisa feita por uma marca internacional de produtos para bebês, que constatou que as mulheres levam 4 meses e 23 dias para se acostumarem com a nova rotina de ser mãe. "A chegada do bebê sacudirá a rotina da família, mas, após esse período, a nova mãe vai lidar com a situação mais tranquilamente". E não é que estou quase alcançando essa marca e já me sinto bem mais segura e de coração e mente mais tranquilos!?


Sou uma pessoa assumidamente ansiosa e adoro planejamentos. Quando soube que estava grávida, imprimi um calendário, enumerei as semanas de gestação e destaquei as datas importantes até o final do período da minha licença maternidade. Deixei-o sobre a minha mesa de trabalho e marcava cada dia que passava (-1 de espera) ... Por vezes me peguei olhando para aquela folha de papel e imaginando como seriam os meus dias / meses após o nascimento do Felipe, definindo inclusive algumas metas pessoais.


Já nos primeiros dias após o nascimento do Felipe a realidade bateu à porta e percebi a duras penas que precisava flexibilizar. Eu, sempre tão acostumada com horários, roteiros e previsibilidade tive que aprender a relaxar, esquecer do relógio, além de conviver com pequenas frustrações por não conseguir "cumprir" objetivos simples do dia a dia.


Sempre me imaginei dando conta do bebê, da casa, esperando o Fe com uma comidinha especial na mesa, toda arrumada e cheirosa, hehehehehe. A mãe e dona de casa perfeita ;). Mas, aos poucos fui entendendo que o essencial era dar conta de atender às necessidades do bebê, no tempo dele, afinal eu estava ali por ele... No momento  em que deixei de controlar as mamadas no relógio e me permiti ficar de pijama até mais tarde, quando assim o Felipe me requisitava, meu coração começou a acalmar e eu pude curtir ainda mais a maternidade. O Fe foi essencial neste processo, me apoiando/dividindo as tarefas diárias, além de ouvir e entender minhas angústias.



Com o passar dos meses as dificuldades vão se transformando e a saudade já é uma realidade. "Isso passa" e "ainda vou sentir falta" poderiam ser usadas como mantra neste processo onde a mãe aprende a encontrar seu tempo no tempo de seu bebê.

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