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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Maternidade - Felipe chegou - Relato do meu parto

Nove meses se passaram e, nesta espera, aprendi muito sobre esse incrível processo de transformação de mulher em mãe. Após muita leitura, cursos, participação em fóruns, preparação do corpo através do Pilates, além do apoio incondicional de meu marido, decidi que aguardaria a vontade do Felipe em nascer ...  tentaria realizar um parto o mais natural e humanizado possível. A cada fase da gravidez me sentia mais preparada para esse lindo momento e queria tentar! Se no final de tudo, tivesse que partir para uma cesária, seguiria feliz e realizada com o sentimento de missão cumprida, por ter passado - agora eu tenho absoluta certeza - pela incrível experiência do trabalho de parto (TP) !

11 de maio de 2015 !!! 

Desde o primeiro ultrassom, essa data tem um significado muito especial - a data provável do parto (DPP) de meu amado bebê ... Eram 02:45 da manhã de uma segunda-feira fria de outono, quando sinto a deliciosa e esperada sensação do rompimento da bolsa amniótica. Numa pontualidade britânica, Felipe chegaria ao mundo naquele mesmo dia!!!

Verdade ou mito, após 9 luas minha bolsa estourou 2 hora após a mudança de lua cheia para minguante, que aconteceu às 0:44 do dia em que eu completaria 40 semanas de gestação.  

Após acionar obstetra e doula, fui para o banho onde passei por volta de 30 minutos, ainda sem nenhuma contração e/ou dor. Tentei voltar a dormir foi quando, às 04:20, começaram as contrações. Com o apoio do Fe, cronometrei os intervalos e duração das contrações, que ainda estavam pouco ritmadas e então aproveitamos para preparar a casa para as próximas horas de TP. 

Ty, minha doula, chegou em minha casa por volta das 5:00 da manhã, quando começamos os trabalhos: Exercícios de respiração e relaxamento, estímulos sensoriais (aromas, climatização dos ambientes, iluminação, som) e testes de posições. A maneira mais confortável que encontrei para suportar aqueles momentos avassaladores foi caminhar pelo ambiente verbalizando a quantidade de respirações até o término da contração ... O som ambiente foi composto por uma playlist feita por mim com o título "A espera do Felipe", com músicas escolhidas a dedo para a ocasião. Entre elas: You are my Sunshine (Elizabeth Mitchell), Hey Jude (The Beatles) e Beautiful Boy (John Lennon).

Lá pelas 8:00 horas, o Fe foi as compras com uma lista de necessidades básicas em alimentação e hidratação (Isotônico, água de côco, queijos e minhas frutas preferidas... ) para as próximas horas. Ficamos em casa até por volta das 11:00 horas da manhã alternando entre exercícios na bola de pilates, agachamento, respiração, banho quente de chuveiro e banheira, além da constante preocupação com minha alimentação/hidratação. Nesta altura, minha dilatação estava de 5 para 6 cm aproximadamente e minha obstetra solicitou que nos deslocássemos até o hospital para o acompanhamento dos batimentos cardíacos do bebê.

Chegando ao hospital, enquanto o Fe realizava as providências necessárias, fiquei caminhando e realizando exercícios de respiração no estacionamento com o apoio da Ty - a dor durante as contrações já estava beirando o insuportável (exagerada!?). Passamos pela médica de plantão que, com a orientação de minha obstetra, nos encaminhou para o internamento. Esse processo todo durou por volta de 2 horas.

Minha expectativa era ser encaminhada para um quarto, onde continuaríamos os trabalhos realizados em casa, com o acompanhamento dos batimentos cardíacos do bebê. Infelizmente, por norma do hospital, não foi possível e fui encaminhada ao Centro Obstétrico. 

Na sala de parto continuei contando com os recursos de chuveiro quente, banquinho e bola de pilates,  mas também com o acompanhamento de minha obstetra. Os grandes inconvenientes foram a proibição da entrada de minha doula (também por norma do hospital) e a restrição alimentar, que me debilitou muito nas últimas horas do TP. 

Apesar das intercorrências, contei com o pleno apoio de minha obstetra e marido que passaram as últimas horas do TP ao meu lado. Com 8 de dilatação e por volta de 11 horas de TP decidi pela analgesia, pois as contrações estavam cada vez mais intensas e eu ficando sem forças ... Meu bebê estava na posição transversal o que justificou o longo período de TP e o grande desconforto, decorrentes da necessidade da rotação da cabecinha antes do nascimento. Enfim, mais relaxada após a anestesia, chegamos na dilatação total e com uma ajudinha da obstetra no posicionamento da cabecinha, o período expulsivo se iniciou. Nesta altura, eu já sentia novamente as contrações e o momento exato de realizar força. 

As palavras mais tranquilizadoras que ouvi, mesmo com dores extremas, foram: Estou vendo a cabecinha ... Isso renovou minhas energias e após quase 15 horas de TP e uma força descomunal, Felipe nasceu, em meio a euforia e lágrimas minhas e de meu marido.

Foi incrível vê-lo e poder senti-lo em meus braços já nos primeiros segundos após o nascimento. Como eu estava muito fraca, tentei mas acredito que não consegui amamentá-lo adequadamente naquele momento. De todo modo o contato físico e visual já nos primeiros instantes de vida foram intensos e indescritíveis. 

Felipe nasceu numa segunda-feira, dia 11 de maio de 2015, às 19:00 horas, de parto normal, com 3.700 kg e medindo 52,5 cm. Um garoto "perfeitinho", cheio de saúde e vigorosamente lindo!



Vieste 
Composição: Ivan Lins e Vitor Martins

Vieste na hora exata 
Com ares de festa e luas de prata
Vieste com encantos, vieste
Com beijos silvestres colhidos prá mim
Vieste com a natureza
Com as mãos camponesas plantadas em mim

Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim
Meu amor
Vieste a hora e a tempo
Soltando meus barcos e velas ao vento

Vieste me dando alento
Me olhando por dentro, velando por mim
Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado prá mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim

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